Abraço

Sujeito says:
ola tudo bem?
tens facebook?
se sim não te importas de responder a uma questionário para a empresa de um amigo meu?
o link é  (...)
obrigado
e passa a palavra se puderes
abraço


Abraço?!?!?! Até parece que não estivemos quase pra foder na tua cama!!!
Acho piada a isto, quando uma pessoa tem um relacionamento que depois termina mas mantém contacto com a outra pessoa, dá sempre nisto... Conversas sem assunto e um tratamento de merda.

A este sujeito vou chamar Beta, para te contar o que aconteceu. Então foi o seguinte, já não me recordo mas penso que foi em finais de Janeiro ou inicio de Fevereiro "conheci" este gajo num bar. Não o conheci, apenas trocámos alguns (bastantes) olhares durante (toda) a noite. Algo um pouco intenso, pelo menos para mim, pois não sou pessoa de ir pro "engate" mas naquela noite fiquei em casa e outra pessoa saiu com o meu corpo. Estivemos toda a noite a 1 metro de distância sem falarmos, apenas a olhar um para o outro. Chega a hora de eu bazar, olhei pra ele uma última vez e sorri, virei costas, subi as escadas para a saída mas enquanto subia olhei para baixo e lá estava ele, a olhar. Ao vir embora arrependi-me de não ter metido conversa com ele, ao que parece não estava totalmente desinibido. Talvez fosse receio, de chegar lá e levar uma tampa, não tenho confiança em mim. Mas não parei de pensar naquilo.

Durante essa semana procurei-o no MySpace, hi5, etc, através de zona e idade, mas nada... Como é que o ia encontrar se nem o nome sabia?? Tentei ir pelos perfis de pessoas que o pudessem conhecer, mas sem sucesso. Encontrei uma pessoa que estava com ele naquela noite e deixei um comentário. Uns dois dias depois o Beta adiciona-me no msn! Começámos a falar e tal e combinámos um café à noite, depois de eu sair do trabalho. E aí aconteceram uns beijos no carro, nada de mais. Isto foi a uma quarta-feira. Na sexta-feira dessa semana fomos dar uma volta pelo o Porto (eu ainda morava lá nessa altura) e acabamos por ir para a casa dele, e estivemos a vontade uma 1h apenas nos beijos e no "roço", ele queria avançar, as mãos dele bem que tentavam lá chegar, mas eu não queria porque ingenuamente pensei que pudesse sair alguma coisa dali, por isso dei uma de controlador e prendi-lhe os braços por cima da cabeça com as minhas mãos: definitivamente sedutor lol

E depois? Depois nada... O Beta ainda gostava de outra pessoa e tal, o do costume, e ficámos por aí e eu arrependi-me de não ter aproveitado. Ou talvez não deva estar arrependido. Não sei. Dizem que devemos ficar arrependidos pelo o que fizemos e não pelo o que não fizemos. Ou seja, devo fazer tudo o que quiser, ao menos depois não me lamento com suposições "se eu tivesse feito...".

Este curto relacionamento com o Beta nem foi mau de todo. Antes de o conhecer, andava a trocar mensagens com o Alpha, um rapaz basicamente igual a mim, era tudo o que eu procurava. O problema é que morávamos longe um do outro. Já falei sobre o Alpha anteriormente, no primeiro post (e o mais lamechas) deste blog. Ainda hoje penso nele. Fiquei marcado porque alguém assim não se encontra todos os dias. Quando conheci o Beta, contei tudo ao Alpha, que na altura era uma espécie de amigo colorido à distância. Não penses que tínhamos sessões de sexo via webcam. Durante esse tempo que estivemos "juntos" ligávamos por diversas vezes a webcam mas nunca mostrámos as 'partes íntimas'. Depois de lhe contar afastamos-nos um do outro, pois o que queríamos era que o outro fosse feliz. Depois existiu outro acontecimento que contribuiu para o afastamento total, mas não falarei disso, pelo menos não agora. Este afastamento deu espaço para perceber a ilusão onde estávamos. Na altura ainda não tinha certeza se vinha para Lisboa, sempre ficava mais perto dele. Hoje estou em Lisboa, ele está a uns 130km. Quando estava no Porto a distância era de 184km. A diferença não é muita mas é mais fácil o acesso a Lisboa, e também porque haveria mais possibilidades. Mas não quero um relacionamento à distância, por isso o Beta ajudou nesse ponto, a perceber que a relação com o Alpha não ia dar em nada.

Porém, se o Alpha se interessar novamente em mim, não me poderei deter e muito provavelmente correrei para os seus braços. É complicado. Neste momento sinto algo por outra pessoa, a quem vou chamar Gama. Isso sim é complicado. Não gosto dele como gosto do Alpha. Não consigo decifrar o Gama enquanto percebo perfeitamente o Alpha. Não me imagino numa vida a dois com o Gama, mas com o Alpha isso seria bem possível. Com o Gama é tudo incerto, às vezes parece que gosta, mas de repente já não gosta. Não é indeciso, apenas não deixa transparecer o que sente. E isso não dá para mim porque eu preciso de afecto e não de enigmas. Quando estou com o Gama só me apetece abraça-lo, talvez por estar necessitado. Com o Alpha é diferente, para além de querer abraça-lo e não o largar mais, existe uma atracção física incontrolável, pelo menos em pensamento pois nunca estive pessoalmente com o Alpha.

Pois é, a minha vida é um autêntico alfabeto grego, não se percebe nada à primeira observação, mas é igual a tantas outras. Espero eu. Espero encontrar alguém que se sinta na mesma situação que eu e que queira tentar algo, não sei. Apenas sei que estou sem forças e preciso de motivação. Preciso de um amante. Preciso de um companheiro. Preciso de alguém. Preciso de um abraço.

1 comentários:

  1. Se eu não tivesse "assistido" a isso... na "retaguarda" entenderia perfeitamente, porque no fundo, sim... acontece a "todos" (se bem que a alguns isso é completamente grego, romano, chinês, japonês... coitadinhos (a)); mas pronto... sinceramente, estamos naquele momento em que sabia bem "ter-nos" por perto... mas ao menos houve alguém que inventou esta geringonça chamada computador e outra coisa chamada net e que nos permite ir falando...

    tenho saudades tuas anormal <3

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