SBTRKT - Look At Stars
Assim como a felicidade vem quando menos se espera, vai embora da mesma forma...
Saí com uma pessoa que já conhecia há cerca de 1 ano mas nunca tivermos a oportunidade de ter um verdadeiro encontro. O primeiro encontro aconteceu tendo como início um simples café numa esplanada às 16h de um Sábado.
Este café, bastante agradável e intimidante, evoluiu para uma ida ao aeroporto para ver o pôr-do-sol e os aviões a aterrar e descolar. Serviu para conversar mais à vontade e falar de um pouco de tudo.
Convidando-me para jantar, fomos em direcção a um restaurante italiano onde tivemos uma refeição em ambiente romântico. Eu estava incrédulo por tudo o que estava a acontecer, nunca pensei que um simples café se estendesse até este ponto.
O jantar estava divinal, a companhia era das melhores e a troca de olhares e sorrisos era inevitável. Existia um interesse mútuo que era perceptível por qualquer pessoa que olhasse para nós.
Ele já tinha combinado de ir para o Bairro Alto com umas amigas e questionou-me se não queria ir junto, ao qual eu respondi que sim! O dia estava a ser super agradável e não queria que terminasse por ali! Para fazer tempo, fomos até a um bar lounge em Santos, que tem uma esplanada exterior onde gentilmente cedem uma manta para nos mantermos quentes. Cadeira lado a lado e com as mantas por cima, a aproximação das mãos foi inevitável. Estávamos debaixo das estrelas de mãos dadas por debaixo das mantas, olhando para o rio e com a luz da Lua a incidir sobre nós. How romantic!
Aquele silêncio típico do interesse mútuo instalou-se, assim como o olhar intimidado e envergonhado. Bastou uma transmissão mútua da frase "beija-me" pelo olhar e os nossos lábios foram-se aproximando até se tocarem. O meu coração batia a mil por hora, assim como o dele. Encostados um ao outro, de mãos dadas e com o sabor um do outro nos lábios, permanecemos por mais uns minutos.
Chegando a hora de ir encontrar o seu grupo, dirigimo-nos para o Bairro Alto, de mão dada pelas ruas de Lisboa, onde conheci os seus amigos e a sua irmã. Se não acreditam em coincidências, mudarão de opinião neste momento: a irmã dele mora no mesmo prédio que eu... no mesmo andar... no apartamento em frente ao meu...! Pura coincidência!
Chego a casa entre as 5h ou 6h, totalizando umas 14h. Um encontro, supostamente apenas um café, que durou 14 horas! O melhor fim-de-semana de sempre!
Após esta aventura inesperada, voltei a estar com ele algumas horas depois, juntamente com a sua irmã. E no dia a seguir, e no outro seguinte, e no dia depois...
E quando a esmola é muita, o pobre desconfia, ao fim de alguns dias fomos começando a falar menos, o trabalho dele e o meu não ajudaram muito... Como diz a nossa Mónica Sintra, afinal havia outra razão: ele não estava totalmente preparado para entrar numa relação, havia alguém de quem ele gostava ainda.
Felizmente conseguimos falar sobre isso a tempo, de forma a não nos magoarmos mutuamente. Fiquei desolado, como é óbvio mas compreendi a situação. Mas compreender não é indolor...
Estive com ele há uns dias, depois de ter ido a um concerto. Tivemos a falar cerca de 1 hora e depois vim-me embora. No táxi, a lágrima já queria descer pelo rosto, a qual tive de conter. Cheguei a casa e foi inevitável: comecei a chorar que nem um desalmado. Eu não sou pessoa de chorar mas não aguentava acumular mais, tive de deitar tudo pra fora. Senti-me mesmo mal, sem rumo, deprimido... Curioso como uma pessoa nos faz sentir tão bem e tão mal.
Meia hora depois levantei a cabeça, limpei o rosto e prometi a mim mesmo que não devia pensar mais nisso. Sou tão novo, com uma vida toda pela frente, não posso ser tão vulnerável a estas coisas.
Mas quanto mais penso que devo ser mais frio, mais penso que sinto falta de ter alguém. Casais passam por mim na rua, de mãos dadas, a trocar afectos, a comprar coisas um para o outro, a mimarem-se, a conviverem, a partilharem... a viverem! Olho para mim e vejo-me sozinho. Estar solteiro é bom mas estar comprometido é muito melhor! O solteiro que diz que quer ser solteiro é o covarde que tem medo de se apaixonar.
Afinal, que sentido tem a vida se não a podemos partilhar com quem mais gostámos?
O problema é que hoje em dia tudo é efémero. O que o vento traz, o vento leva. O que surge quando menos se espera, desaparece da mesma forma. Um dia eu estava sozinho, no outro estava apaixonado, no seguinte estava de novo sozinho mas acompanhado: pelo desgosto.
Se há algo na vida que não faz sentido é a dor no amor. Como é que um sentimento tão positivo tem consigo anexado tamanha negatividade?
Hoje é dia de Natal e para mim é das piores alturas do ano. Uma ocasião que deve ser vivida com as pessoas que mais gostamos e sinto-me completamente só. Definitivamente não é o melhor sentimento para se ter no final do ano...
Até estou com medo do que virá em 2012, acho que vou hibernar para não ter que me chatear!!!
Melhores dias virão =)
ResponderEliminarFeliz Natal!
Abr
faz tudo parte do processo. Estar acompanhado é bom, mas a companhia tem de te merecer. Não te preocupes. Um abraço
ResponderEliminarFoi como ainda escrevi noutro dia, parece que ninguém está na mesma fase, a bater no mesmo tempo. Anda tudo desencontrado, em passagens diferentes. Ou presos ao passado, ou completamente afectados por problemas resultantes de más experiências, ou simplesmente assoberbados pelo trabalho e confusões a outros níveis para além do emocional; ou então somos nós próprios que nos encontramos também em qualquer um patamar de qualquer uma dessas situações, o que torna praticamente impossível que duas pessoas na mesma fase se encontrem. E mesmo que isso aconteça, há depois uma imensidão de factores a ter em conta, que rondam os encaixes de personalidade e aceitação de características, que como bem se sabe também não é coisa fácil.
ResponderEliminarMas então, sendo isto à partida tão complicado, será a melhor atitude desistir ou "hibernar"? Eu acho que não e se, inicialmente, há uma força inerente à coisa (essa 'magia' que descreves em parte do teu texto), porque não acreditar que estando os dois em tempos diferentes (ele ainda preso ao passado e tu, com certeza, num qualquer impasse também) acabariam eventualmente por acertar os vossos 'relógios' conforme se fossem descobrindo e conhecendo? Porque não deixar a coisa evoluir aos poucos sem cair de cabeça em cenários demasiado fantasiosos e mantendo uma distância de segurança da zona de 'rebound'? Porquê acatar a presença de um passado como ordem para desistir? Toda a gente tem bagagem, cabe a nós próprios acreditar que temos a capacidade de molda-la e ajudar a geri-la.
Não sejas nabo, não desistas e muito menos percas tempo a fechar-te! Até porque se 2012 é efectivamente o último ano que andamos por cá, que pelo menos seja vivido a 100%. Se não for, olha, ao menos será um ano cheio de experiências enriquecedoras para guardar para o futuro.
http://www.youtube.com/watch?v=mnHlGONToIc&ob=av2e
Infelizmente acontece...
ResponderEliminarOutros dias virão e irás encontrar o dito rapaz :)
Pensamentos positivos. :)
Abraço e um Bom ano 2012
Ola.
ResponderEliminarEstive a ler o teu blog até ao post do novo blog. Gostei imenso da maneira como escreves, prende uma pessoa ao ecrã. Vou seguir concerteza
Quanto a este caso, mais vale assim...
Mas compreendo o que dizes, ser solteiro sucks!
Abraço
sinceramente estava sempre à espera do paragrafo onde ias escrever que nada disso tinha acontecido e que saiu tudo da tua imaginação... não aconteceu, pena.
ResponderEliminarObrigado pi ;)
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